sábado, 5 de setembro de 2009



O RENASCER DAS CINZAS

À entrada estava o panfleto da actividade e tantos outros que anunciavam os eventos no local. Já dentro, o ambiente era encantador. “O espaço e a cultura”, lia-se no local em que os “produtos brutos”, a música e a cultura Hip-hop eram expostas. Pablo O Samaritano, Movimento Underground do Morrão (MUM), Madtpes, Zoológiko Produsons e Tião MC eram dentre outros os expositores. O público, confuso de tentas opções de escolha, movimentava de uma bancada para a outra enquanto pedia esclarecimentos aos “comerciantes” undergrounds.


Enquanto isso, a música não parava. DJ Pelé e Samurai eram os toca-discos do momento que punha o público ávido pelo início do show a delirar com as misturas e scratchs. Infelizmente, no auge dos aplausos aos scratchs e misturas dos toca-discos o som parou. O que houve, corte de luz? Não. Problema com a aparelhagem? Também não. O pior aconteceu. O som parou sob ordem policial, devido a ausência de autorização para actividade. E segundo o comandante da esquadra policial da Mutamba, tinha havido uma ordem superior e nada podia fazer para o show continuar. Felizmente, sabe apenas Deus como, o espectáculo continuou e tudo correu na paz.

Houve alguns cortes de energia. San Calea em palco teve o azar de a luz “tirar o pé”, mas felizmente este MC manteve a calma e conseguiu entreter o público enquanto os técnicos consertavam o “power…”. Outros MC entraram em palco. Grand L, aos 30 de idade cantou para um público que soube reconhecer o seu percurso ao longo deste anos todos na cultura hip-hop underground.


Para este músico e produtor, a actividade “foi fixe porque artistas como nós que têm pouca exposição nos medias, um evento como esse é sempre bem-vindo para que exponhamos a nossa arte”, disse o também técnico de informática.


Por outro lado, continuou Leonardo Wawuti, como são poucas as plataformas de encontro para os artistas do seu género com o público, iniciativas como esta servem essencialmente para este fim. “Assim consigo estar mais próximo do pessoal que consome a minha música, sentir a reacção ao meu trabalho e uma actuação ao vivo tem um grande significado para qualquer músico”, disse e finalizou: “de qualquer forma este movimento ainda está vivo”.


Por sua, Waldemar ou “Emo” como é chamado pelos rappers,disse “já era sem tempo haver uma actividade como esta, porque durante muito tempo o movimento underground se tornou caseiro, a gente curte muito as cenas em casa, com o papel e os fones, agora, numa cena como esta, já é possível avaliarmos o que andámos a preparar em casa”, disse este militante do underground felicíssimo pela actividade. Para “Emo”, o show não foi apenas uma actuação musical, mas sobretudo manifestação de cultura e muita troca de ideias. “A música é tudo e isso, mas em resumo, a música é partilha”.


Sr. Gnose, um dos artistas convidados, disse antes de subir ao palco que apesar de o evento ter acontecido numa altura pouco saudável da sua vida, “ainda estou a tomar alguns compridos”, Estava ali para dar a devida força, “porque é disto que nós precisamos para que então todos reergamos das cinzas”.


Cf kappa, aos 16 anos de idade, foi um dos artistas mais aplaudidos no show e disse sentir-se feliz ao saber que o trabalho que faz é reconhecido, mas salientou: “não é o que procuramos, quanto aos reconhecimentos, mas é sempre bom sentir esse tipo de reacção em relação ao público. È bom saber que o meu trabalho está a ser consumido e bem recebido”.


Pelo palco passaram outros MC não menos importantes, como Flagelo Urbano que junto de Cosmopolita P2 a lhe fazer os “backs” deixou o público ao rubro; Kool Kleva, Kid MC, MoNabi (apesar da baixa perfomance) … E assim foi mais um show da Masta K, em alusão ao primeiro aniversário do programa radiofónico Circuito Fechado. Estamos a espera do próximo show MCK.


Por: Sebastião V.(Repórter Alternativo)

FOTO:Samurai

0 comentários:

Enviar um comentário